terça-feira, 31 de janeiro de 2012

FILME: Blue Valentine


O amor do início ao fim e onde o fim se encontra com o início. Blue Valentine é um filme dirigido por Derek Cianfrance que retrata a crise e o fim de um relacionamento de uma maneira bem realista. O filme mostra como o tempo e a convivência podem ser cruéis com o amor e destruir o que no início era indestrutível. Ryan Gosling e Michelle Williams brilham nesse filme como o casal que vê a sua relação se desintegrar.
O filme segue a trajetória de um casal durante o seu momento mais difícil e o que culmina na separação. Nesse momento, vemos a reflexão de ambas as personagens sobre como tudo começou. Acompanhando o fim, temos o começo dessa história e o início do amor entre dois jovens, Cindy e Dean, como flashbacks. Dean (Ryan Gosling) é um romântico e sensível homem que acredita em amor à primeira vista, mas que não queria se casar. Cindy (Michelle Williams) é uma incógnita, que tinha uma espécie de relacionamento com outra pessoa, mas que se entregou a sua relação com Dean. O encontro com Dean traz momentos de simplicidade e de beleza característicos de uma paixão em início, um exemplo é a cena em que Cindy dança enquanto Dean toca para ela. Porém, desse relacionamento anterior Cindy acaba por engravidar. O apaixonado Dean decide antão mudar seu pensamento sobre casamento e formar uma família com ela para criar o bebê como se fosse seu.

Por outro lado, vemos o casal em seus últimos suspiros. Os diálogos entre os dois são escassos. Eles ainda tentam uma última vez, uma tentativa que não surtirá efeito e acabará acelerando o fim. O romantismo já não mais existe, o homem que não início dedicava música e levava flores para sua amada agora a convida para motéis baratos, e os momentos simples e delicados do início do romance são substituídos por momentos de mau gosto e por exageros com bebida. O que um dia foi o charme de Dean, com o tempo e sua persistência tornou-se seu defeito. As incompatibilidades irrelevantes no início do relacionamento tomam grandes proporções perto do fim e tonam a vida em dois impossível.

É triste ver o fim de um amor que prometia ser eterno enquanto durasse. O problema é que não durou. O título do filme já é uma espécie de dica para o conteúdo triste da história já que blue no inglês pode significar tristeza ou depressão e valentine tem relação com namorados e amor. O filme tem ótimas atuações de Ryan Gosling e Michelle Williams que mostram uma ótima química em cena. Recomendo.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

De Che a V

Parece que a nova moda agora é ser revolucionário e usar como símbolo a imagem ou máscara de Guy Fawkes (ou o V, de V de Vingança). Pela internet o que mais se vê são protestos, greves, dentre outras formas de manifestação em que pessoas usam essas máscaras. Vejo um futuro próximo em que todos abandonarão suas camisas com a imagem de Che Guevara e irão aderir a essa nova moda inspirados pelo filme V de Vingança (que foi baseado em uma série de romances gráficos escritos por Alan Moore). Não acho ruim as pessoas lutarem por seus direitos e usarem símbolos para demonstrarem isso. Muito pelo contrário, acho que muita coisa tem mudado por conta de tais protestos, posso citar como exemplo algumas greves e uma certa ameaça de censura que parece está sendo implantada pelos Estados Unidos no mundo virtual (sendo o segundo caso algo ainda em andamento). Porém, o que não pode acontecer é associar essa imagem à qualquer tipo de manifestação ou a um mero modismo. A imagem carrega em sí a força da revolução, do anarquismo e é uma forma de lutar contra a sociedade totalitarista (pelo menos em sua essência).

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

CRÍTICA: Melancolia


Os traços distintivos da melancolia são um desânimo profundamente penoso, a cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade, e uma diminuição dos sentimentos de auto-estima a ponto de encontrar expressão de auto-recriminação e auto-envilecimento, culminando numa expectativa delirante de punição.
 - "Luto e Melancolia", Freud.


Melancolia (2011) é um filme que retrata de uma forma metafórica a depressão e como esta pode “contagiar” todos os que estão próximos a ela (uma experiência vivida pelo diretor). Assim como em A Árvore da Vida (2011), não é um filme que dá seu significado de mãos beijadas, é preciso compreender cada metáfora e cada imagem simbólica inserida nessa obra de Lars von Trier.

Kirsten Dunst como Justine
O filme é centrado em duas irmãs, Justine e Claire, e é dividido em três partes: Prólogo, Parte1: Justine e Parte 2: Claire. Em seu prólogo, vemos imagens em câmera lenta, algo referente ao que acontecerá na história e que nos apresenta a um planeta azul que se choca com a terra. Na segunda parte, temos como cenário o casamento de Justine (Kirsten Dunst). Sem entendermos o porquê, percebemos que a personagem tem um problema que se assemelha à depressão e que a festa de casamento com Michael (Alexander Skarsgard), oferecida por sua irmã, Claire, e seu cunhado, John, é uma tentativa de superar isso. Porém, com o decorrer da festa percebemos momentos de tristeza em Justine e o seu declínio, o que a faz dizer verdades ao seu chefe perdendo, assim, o emprego e separar-se de seu marido na festa de casamento.

Charlotte Gainsbourg como Claire
Na parte dois, Claire (Charlotte Gainsbourg) é a irmã que tenta ajudar Justine (que está no ápice de sua depressão e vem morar na mansão de John e Claire) e luta para que tudo volte à normalidade. Porém, com a aproximação do planeta Melancolia, Claire se depara com o eminente fim e com a incerteza sofre a salvação dela e de sua família.

Alexander Skarsgard, Kirsten Dunst, Kiefer Sutherland e
Charlotte Gainsbourg
Kirsten Dunst está ótima neste filme. Percebe-se o vazio em seu olhar e o seu ceticismo, algo característico em alguém com depressão. Charlotte Gainsbourg transparece o medo e a agonia de alguém que começa a temer o fim e não vê escapatória. O filme também conta com a ótima atuação de Kiefer Sutherland como o marido de Claire, John, um amador astrônomo que garante que o planeta não irá colidir com a terra.

Melancolia é o fim, é um mergulho na depressão e na falta de esperança diante de um mundo sem salvação e mostra de uma forma metafórica que a depressão pode ser um planeta em rota de colisão com o seu mundo. Um filme que deve ser visto.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Domigo: amar ou odiar?


Domingo geralmente não é um bom dia, causa uma certa melancolia e nos lembra sempre que o outro dia será ou dia de trabalho ou dia de estudo (e em alguns casos os dois). Nesse caso, vou tentar ajudar aqueles que também acham que o domingo é um dia difícil de se atravessar.


Uma das melhores coisas para se fazer nos domingos é: ficar em casa e assistir um filme. Hoje foi um desses dias em que o domingo não foi ruim. Assistir a um filme com os amigos e comer uma boa comida pode ajudar a melhorar essa atmosfera de tristeza que os domingos causam. Amigos geralmente tem a capacidade de melhorar o seu dia e, sendo assim, procure-os. Se você tiver namorado (a), um programa a dois também é válido.

Aí vai outra dica: escolha filmes alegres, evite os dramas ou qualquer coisa que possa de alguma forma piorar o seu astral em um dia como esse. 
Além dos filmes, músicas também ajudam a atravessar um domingo. Mais uma vez, procure as músicas alegres. Músicas têm a capacidade de atingir a sua alma e, dessa forma, ouça as que te atingem de uma forma positiva e te façam querer dançar (nada de Adele nesse dia!).
Se for sair, saia para um lugar em que você possa conversar. E para aqueles que levam a sério a etimologia pagã da palavra domingo, que seria dia de sol (o que explica em inglês a palavra ser sunday), uma praia pode ser uma boa pedida, desde que sem exageros, já que o domingo também é um dia de descanso (segundo a Bíblia).
Então, chegamos ao veredicto de que o domingo pode ser sim a happy day, basta sabermos manuseá-lo. Seguindo essas dicas tenho quase certeza de que esse dia não estará perdido.