sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

CRÍTICA: Melancolia


Os traços distintivos da melancolia são um desânimo profundamente penoso, a cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade, e uma diminuição dos sentimentos de auto-estima a ponto de encontrar expressão de auto-recriminação e auto-envilecimento, culminando numa expectativa delirante de punição.
 - "Luto e Melancolia", Freud.


Melancolia (2011) é um filme que retrata de uma forma metafórica a depressão e como esta pode “contagiar” todos os que estão próximos a ela (uma experiência vivida pelo diretor). Assim como em A Árvore da Vida (2011), não é um filme que dá seu significado de mãos beijadas, é preciso compreender cada metáfora e cada imagem simbólica inserida nessa obra de Lars von Trier.

Kirsten Dunst como Justine
O filme é centrado em duas irmãs, Justine e Claire, e é dividido em três partes: Prólogo, Parte1: Justine e Parte 2: Claire. Em seu prólogo, vemos imagens em câmera lenta, algo referente ao que acontecerá na história e que nos apresenta a um planeta azul que se choca com a terra. Na segunda parte, temos como cenário o casamento de Justine (Kirsten Dunst). Sem entendermos o porquê, percebemos que a personagem tem um problema que se assemelha à depressão e que a festa de casamento com Michael (Alexander Skarsgard), oferecida por sua irmã, Claire, e seu cunhado, John, é uma tentativa de superar isso. Porém, com o decorrer da festa percebemos momentos de tristeza em Justine e o seu declínio, o que a faz dizer verdades ao seu chefe perdendo, assim, o emprego e separar-se de seu marido na festa de casamento.

Charlotte Gainsbourg como Claire
Na parte dois, Claire (Charlotte Gainsbourg) é a irmã que tenta ajudar Justine (que está no ápice de sua depressão e vem morar na mansão de John e Claire) e luta para que tudo volte à normalidade. Porém, com a aproximação do planeta Melancolia, Claire se depara com o eminente fim e com a incerteza sofre a salvação dela e de sua família.

Alexander Skarsgard, Kirsten Dunst, Kiefer Sutherland e
Charlotte Gainsbourg
Kirsten Dunst está ótima neste filme. Percebe-se o vazio em seu olhar e o seu ceticismo, algo característico em alguém com depressão. Charlotte Gainsbourg transparece o medo e a agonia de alguém que começa a temer o fim e não vê escapatória. O filme também conta com a ótima atuação de Kiefer Sutherland como o marido de Claire, John, um amador astrônomo que garante que o planeta não irá colidir com a terra.

Melancolia é o fim, é um mergulho na depressão e na falta de esperança diante de um mundo sem salvação e mostra de uma forma metafórica que a depressão pode ser um planeta em rota de colisão com o seu mundo. Um filme que deve ser visto.

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